domingo, 22 de novembro de 2015

Cara Estrela do Céu


Estou feliz, estou realizado

Amei-te como nunca amei ninguém

Não me arrependo de nada, não me arrependo dos cafés, dos almoços, dos treinos, dos passeios, dos treinos e das corridas, das mãos dadas e dos abraços, não me arrependo dos poemas e das flores, não me arrependo das discussões nem de me ter dado todo, todo. Não me arrependo de ser vulnerável e impulsivo, não me arrependo de sofrer, não me arrependo de amar.

Não me arrependo de mandar a mensagem ao teu marido a dizer o que toda a gente pensa mas ninguém lhe diz. E se o fiz, foi por ti, foi porque sou Homem, sacrifiquei a nossa amizade para que ele possa ser o homem que tu descreveste, a família que tu descreveste.

Trocaste-me por algo que passa por casa para jantar, que te trocou a ti e os teus filhos pelos seus sonhos infantis, pela alimentação do seu ego.

Um dia hás-de te lembrar que houve alguém que te pôs sempre em primeiro lugar, um dia hás-de te lembrar que houve alguém que fez de ti a primeira prioridade. E não quero que te lembres para que finalmente me dês valor, quero que te lembres para te dares valor a ti própria, porque mereces ser acarinhada, ser apoiada como nunca foste e ter o companheiro que algures no tempo viste em mim.

Beijinho, mas descobri que gosto muito de mim para ficar com migalhas, com restos. Tenho o direito de ser escolhido, de ser prioridade 

Cara estrela do céu, caiste à terra

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Sou o Outono


Sou o Outono
Tenho dentro de mim
Cada folha amarelada
Cada sonho que secou
E jaz sepultado no chão
Sou o bramido do veado
Que chama, como um longo lamento
A sua amada, a sua paixão
Cavalgo com o coração
Todos os rios e florestas dos teus olhos
Sou manhãs de nostálgicas neblinas
Que se espreguiçam longamente
Perdidas por vales e serras
Sem vontade sem vento
Sou mantos castanhos que cobrem
A natureza que adormece devagar
Sou o húmus da terra,
Onde fermentam sentimentos
Onde o Verde da Vida nova desponta

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Fazes-me sonhar


Faz-me sonhar... sonhar com as mais pequenas coisas
Fazes-me sonhar com castanhas assadas
estaladiças, a aquecer-nos as mãos
Fazes-me sonhar com passeios ao final da tarde
E os últimos raios de calor de Outono
Fazes-me sonhar com cafés,
Fumegantes, com conversas que se inalam
Fazes-me sonhar, e sonhando fazes me viver.

Fazes-me sonhar com conversas infindáveis
Fazes-me sonhar com bons dias
Fazes-me sonhar com as coisas mais simples
Simplesmente fazes-me viver

sábado, 17 de outubro de 2015

Não quero esquecer-te


E eu não consigo esquecer-te, não quero esquecer-te
Tu és tão bonita, tão altruísta para os outros
Tão corajosa quando se metem com os teus
Se tu soubesses ou sentisses como te admiro
Eu tento controlar o meu egoísmo, de te ter para mim, para não te causar tensão.
Mas a verdade é que existe esse desejo.
Por outro lado, acho que conseguimos momentos tão bonitos quando não te pressiono
E tu te dás, o que achas que podes dar, quando dás.
Eu sei, eu sei, eu sei…
Mas eu sinto, eu sinto, eu sinto.
Mas também tenho a sensação de que nos conhecemos de uma vida anterior
E essa sensação é tão grande, tão preenchedora
Eu sei que sou melhor amigo teu que o ele,
e mais do que isso, sei que posso ser melhor amigo ainda, mas tu não me dás espaço.
Se quiseres contrapõe, não te preocupes em magoar-me, eu sou forte.
Tenho descoberto isso nos últimos tempos.
Eu sei o que esperas de mim, e sei o que te quero dar.
Alegria, apoio e paz

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Todas as palavras de Outono

Todas as palavras em ti, são um rio que ora vai mais lento, doce e vagaroso,
Com as arvores de ramos pendentes de quem se quer ver ao espelho,
Que me fazem sorrir e sentir confortavel,
E nelas quero nadar, submergido na tua companhia,
És como uma corrente que corre devagar mas inexorável de quem sabe onde querer ir
Ora aceleram, em rápidos saltos por cima de pedras numa torrente forte e irascível.
Que me tira do meu torpor e me faz ser mais
E desagua numa foz espraiada em sorrisos.
No reflexo invertido da água reconheço-me como salmão, peixe de mar e rio,
Que reconheceu em ti a origem e destino
Que ouviu um chamamento a meio da vida Sei o com as certezas absolutas em mim de que em ti quero navegar
Aprendendo devagar, a rodear os caprichos de um rio selvagem ,
A ir para a frente e ser mandado para trás
Nadar nadar, calmamente até à tua fonte
E cumprir o desígnio que me trouxe aqui.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Sonho de Fim de Semana

Cara Estrela do Céu

Vou te contar como foi o meu fim de semana.

Sexta sai do trabalho às 18:00 como de costume, os avós dos miúdos ofereceram-se para os ir buscar á escola e simplesmente passei por casa deles para os ir levantar. Jantamos em casa uma sopa  de diversas contagens de histórias do dia que decorriam paralelamente numa cacofonia organizada. Tive de mandar toda a gente para a cama quando por volta das 22h, várias almas se concentravam no sofá a fazer mapling, incluindo a minha.

Depois sábado de manhã, acordei cedinho e fui correr um longuito de 16k por Monsanto. Adorei, adoro o cheiro a terra molhada que existe ali, adoro correr por baixo das copas das árvores e adoro sentir as bolotas a estalarem por baixo da minha passada. Voltei a casa ainda a tempo de tomar banho e pegar na miúda para a levar ao Ballet. No final disse-me que não gosta de Ballet que prefere a ginástica. Anote-se que no final do ano passado disse que estava farta da ginástica que queria ir para o Ballet como as amigas…

Fiz o almoço em casa, massas com courgette, tomate cherry, atum  e ameijoas para todos, é fácil de fazer, tem muita cor e o atum com um pouco de pimenta dá-lhe muito sabor. Depois, como eles tinham saudades da praia,  e como estava bom tempo e maré baixa á tarde, fomos até ao areal da Costa, passear, brincar e jogar à bola. A miúda pensava que um cagalhoto de cão daqueles brancos era um pau de giz… Ao lanche Waffles para todos e retorno à civilização para ir ver o jogo e jantar pataniscas de bacalhau com arroz de feijão com os Avós, onde tomaram banho. Avó cozinha muito bem. Casa, xixi, cama.

Domingo acordei menos cedo K e fomos com o miúdo ao Basquete porque ele tinha jogo. Seguiu-se almoço no H3, eles queriam ir ao MacDonalds mas eu não deixei. Depois de almoço fui votar, e eles foram pela primeira vez comigo. Fartaram-se de correr no recreio da escola e vi-me grego para conseguir sair dali com os dois, cada um corria para seu lado. O resto da tarde foi passada em casa, com toda a gente na sala debaixo de mantinhas a ver a Idade do Gelo, interrompida para fazermos um bolo de amêndoas em conjunto, e posteriormente para provar tamanha delicia culinária familiar.

O jantar foi pescada cozida com legumes cozidos que eu já estava farto de surfar por hidratos de carbono. Escusam de reclamar. Adormeci logo…

Hoje disse aos meus colegas que amanhã não venho porque a menina vai passar o dia a fazer testes de alergia e da função respiratória.

Perguntaram-me não tinha ninguém que fosse com ela e disseram-me que por esta altura já podia ser coordenador se me comprometesse mais.

Respondi-lhes que nesta altura da vida o que eu queria é ser mãe.

Depois acordei, a infertilidade tem destas coisas.

Beijinhos  

O Pequeno Grão de Areia


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Amor nos Desencontros


Estávamos em Março de 2014, tínhamos uma meia maratona da Ponte 25 de Abril para fazer.

Eu estava em baixo de forma e tu estavas com o período. Ingredientes perfeitos para fazermos um passeio de 21 kms juntos. Passamos a semana toda a falar sobre isso passamos uma semana a sonhar com isso. Duas horas inteiras de passadas num silencio cúmplice... é o paraíso.

Aterrei numa sopa dos milhares de corredores com a minha pandilha e logo ali, engoli em seco e pensei que nunca mais te veria. Mas não, como podia ser tão despistado... se eu iria fazer uma corridinha para aquecer, tu, no teu estado, irias ao WC... e lá estavas. Mas não podia festejar, algo ao pé de ti me lembrava da proibição da nossa relação.

Partimos separados, eu a pensar em ti e tu a pensares em mim, eu corri de encontro ao teu grupo e tu de encontro ao meu grupo... Não nos encontramos! Então resolvemos voltar aos grupos de origem, eu ao meu e tu ao teu... e novamente nos desencontramos. Passei a tentar fazer-me de encontrado... e tu a fazeres-te de encontrada... e por acaso encontramo-nos a meio da prova, cada um no seu sentido. No fim, esperaste meia hora por mim junto aos pasteis de Belém e eu meia hora fiquei junto aos Jerónimos. Foi uma manhã inteira à procura um do outro.

Podia concluir que o destino não queria que nos encontrassemos, que estava contra nós, mas aos 40 anos sei que o destino somos nós que o fazemos. O que se conclui do dia é a história de duas pessoas que querem muito estar uma com a outra.

Eu sei que sofremos tanto por sonhos falhados naquele dia, tentámos por tudo, tanto encontrarmo-nos, materializar na ponte a ligação entre duas almas, o gosto de estarmos um com o outro. Mas hoje em dia olho com tanta ternura esta memória... e hoje eu rio-me de felicidade.